Nefertiti é um dos nomes mais conhecidos da história do Egito Antigo. Seu nome significa “a mais bela chegou” e sua beleza é reconhecida mundialmente, graças ao seu busto de calcário que foi descoberto em 1912 pelo arqueólogo alemão Ludwig Borchardt e que está em exibição no Museu de Berlim. Mas quem foi Nefertiti e qual sua importância para o Egito?
Nefertiti nasceu provavelmente em 1370 a.C., mas sua origem é incerta. Alguns estudiosos acreditam que ela era filha de um nobre chamado Ay, que depois se tornou faraó. Outros pensam que ela era estrangeira, talvez da Síria ou de Mitani, um reino aliado do Egito. O que se sabe é que ela se casou muito jovem com o faraó Amenhotep IV, que depois mudou seu nome para Akhenaton. Juntos, eles protagonizaram uma revolução religiosa no Egito, abandonando o culto aos vários deuses e adotando o culto a um só deus: Aton, o disco solar. Nefertiti era uma das poucas pessoas que podia se comunicar diretamente com Aton e interceder pelo povo.
Nefertiti teve seis filhas com Akhenaton: Meritaton, Meketaton, Ankhesenpaaton, Neferneferuaton, Neferneferuré e Setepenré. Elas eram retratadas com frequência nas imagens do casal real, mostrando uma família feliz e unida. No entanto, a vida de Nefertiti também foi marcada por tragédias. Três de suas filhas morreram devido a uma peste de malária que assolou o Egito e outra se afogou acidentalmente. Além disso, Nefertiti não conseguiu gerar um herdeiro homem para Akhenaton, que acabou tendo um filho com uma de suas esposas secundárias: Tutancâmon.
Nefertiti não foi apenas uma esposa e mãe dedicada. Ela também foi co-regente de seu marido e participou ativamente das decisões políticas e militares do reino. Ela era muito popular entre os egípcios e era vista como uma semideusa. Ela usava símbolos de poder como o uraeus (serpente sagrada) e o cetro (bastão). Ela também liderava cerimônias religiosas e guerreava contra os inimigos do Egito. Há evidências de que ela tenha assumido o trono sob o nome de Smenkhkare ou Neferneferuaton após a morte de Akhenaton.
No entanto, a reforma religiosa de Akhenaton e Nefertiti não foi bem aceita por todos, especialmente pelos sacerdotes que perderam seu poder e influência. O casal real teve que abandonar a capital Tebas e se mudar para uma nova cidade chamada Aketaton (hoje Tel-El-Amarna). Lá, eles construíram um templo para Aton e viveram em harmonia com a natureza. Mas essa harmonia não durou muito. Após a morte de Akhenaton, o Egito entrou em crise e o culto a Aton foi abolido pelos faraós posteriores, que restauraram o culto aos antigos deuses.
O destino de Nefertiti após a morte de Akhenaton é incerto. Alguns historiadores acreditam que ela tenha sido assassinada pelos sacerdotes contrários à sua religião. Outros pensam que ela tenha se casado com o sucessor de Akhenaton, Tutancâmon, seu enteado. Há também quem diga que ela tenha fugido para o exílio ou se tornado sacerdotisa de Aton. O fato é que Nefertiti desapareceu da história e seus traços foram apagados pelos faraós posteriores. Sua tumba nunca foi encontrada e seu busto é a principal evidência de sua existência. Nefertiti foi uma rainha egípcia que marcou uma época e deixou um legado de beleza, poder e mistério.
