Saúde

PSA: por que fazer e o que significa o resultado desse exame

O exame de PSA é um dos principais métodos para detectar e acompanhar o câncer de próstata, uma doença que afeta milhares de homens no Brasil e no mundo. Neste artigo, vamos explicar o que significa esse exame, qual a sua importância, como ele é realizado e interpretado, e quem deve fazê-lo.

O que é o exame de PSA?

O PSA é a sigla em inglês para Antígeno Prostático Específico, que é uma proteína produzida pelas células da próstata, uma glândula masculina responsável pela produção de parte do líquido seminal. O PSA é normalmente encontrado no sangue dos homens em pequenas quantidades, mas pode aumentar em situações de alteração na próstata, como inflamação (prostatite), crescimento benigno (hiperplasia) ou maligno (câncer).

Esse exame mede a concentração dessa proteína no sangue, em unidades de nanogramas por mililitro (ng/ml). Ele é feito através da coleta de uma amostra de sangue em um laboratório, de forma simples e indolor. O resultado do exame pode demorar alguns dias para ficar pronto.

Qual a importância do exame de PSA?

O exame de PSA é importante porque pode ajudar a diagnosticar precocemente o câncer de próstata, que é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Quando detectado em estágios iniciais, o câncer de próstata tem maiores chances de cura e menor risco de complicações.

Além disso, o exame de PSA também pode ser usado para monitorar o tratamento e a evolução do câncer de próstata, bem como para avaliar outras condições que afetam a próstata, como prostatite e hiperplasia benigna.

Como interpretar o resultado do PSA?

De forma geral, os valores de referência para o PSA são:

  • Até 65 anos: PSA total até 2,5 ng/ml;
  • Acima de 65 anos: PSA total até 4 ng/ml.

No entanto, esses valores podem variar conforme a idade, os hábitos e o laboratório onde o exame foi feito. Por isso, é importante que o resultado seja avaliado pelo médico que solicitou o exame, levando em conta também outros fatores, como:

  • A velocidade do aumento do PSA (quando há exames anteriores para comparar);
  • A presença de um nódulo palpável na próstata durante o exame clínico (toque retal);
  • A presença de sintomas urinários ou prostáticos;
  • A presença de fatores de risco para câncer de próstata (como história familiar, raça negra e obesidade);
  • A realização recente de algum procedimento médico na região (como cistoscopia, biópsia ou cirurgia da próstata).

Vale lembrar que nem sempre um valor elevado de PSA significa câncer de próstata. Outras situações podem aumentar essa proteína no sangue, como:

  • Infecção da próstata (prostatite);
  • Infecção urinária;
  • Retenção urinária;
  • Ejaculação recente;
  • Andar de bicicleta;
  • Uso de alguns medicamentos (como hormônios masculinos).

Por outro lado, nem sempre um valor normal de PSA descarta completamente a possibilidade de câncer de próstata. Em alguns casos, o tumor pode não produzir muito PSA ou estar em uma região da próstata que não libera essa proteína no sangue.

Por isso, é fundamental que o exame seja complementado com outros métodos diagnósticos, como:

  • Toque retal: neste exame da próstata, é introduzido um dedo enluvado no reto para palpar a próstata e verificar se há alterações no seu tamanho, forma, consistência e sensibilidade;
  • Ressonância magnética: é um exame de imagem que permite visualizar a próstata e as estruturas ao redor com mais detalhes, podendo identificar lesões suspeitas de câncer;
  • Biópsia: é um procedimento cirúrgico pouco invasivo, no qual o médico coleta uma pequena amostra de células da próstata para ser analisada em laboratório. É o único exame que pode confirmar o diagnóstico de câncer de próstata.

O que é a relação entre PSA livre e PSA total?

O PSA pode ser encontrado no sangue ligado ou não a outras proteínas. Por isso, ele é classificado em:

  • PSA livre: que corresponde ao PSA que está circulando no sangue sem estar ligado a outras proteínas;
  • PSA total: que corresponde à concentração total dessa proteína, ou seja, é a soma do PSA ligado e do livre.

Quando o homem tem um valor de PSA total acima da normalidade, o médico pode solicitar o exame de PSA livre, para avaliar melhor a situação da próstata. Em seguida, ele faz a relação entre o PSA livre e o total, dividindo o valor do livre pelo valor do total e multiplicando por 100. O resultado é expresso em porcentagem (%).

A relação entre o PSA livre e o total pode ajudar a diferenciar as causas do aumento do valores do exame. De modo geral:

  • Quando a relação é superior a 15%, significa que o aumento do PSA é mais provável que seja benigno, podendo indicar doenças como prostatite ou hiperplasia benigna;
  • Quando a relação é inferior a 15%, significa que o aumento do PSA é mais provável que seja maligno, podendo indicar câncer de próstata.

No entanto, essa relação não é absoluta e deve ser interpretada com cautela pelo médico, considerando também os demais fatores já mencionados.

Como o exame é feito?

O exame de PSA é feito através da coleta de uma amostra de sangue em um laboratório. O procedimento é simples e indolor, mas requer alguns cuidados prévios, como:

  • Jejum de 4 horas antes do exame;
  • Abstinência sexual de 2 dias antes do exame;
  • Evitar andar de bicicleta ou moto por 2 dias antes do exame;
  • Evitar fazer toque retal, cistoscopia ou biópsia da próstata por pelo menos 3 semanas antes do exame;
  • Evitar fazer cirurgia da próstata por pelo menos 6 semanas antes do exame.

Esses cuidados são necessários para evitar que fatores externos interfiram no resultado do exame.

Quem deve fazer o exame de PSA?

O exame de PSA deve ser feito por todos os homens a partir dos 45 anos de idade, pelo menos uma vez ao ano, como forma de rastreamento para o câncer de próstata. No entanto, esse intervalo pode variar conforme o risco individual de cada homem. Por exemplo:

  • Homens com história familiar de câncer de próstata (pai ou irmão) devem começar a fazer o exame aos 40 anos;
  • Homens negros devem começar a fazer o exame aos 40 anos;
  • Homens com valores iniciais acima de 2 ng/ml devem repetir o exame anualmente;
  • Homens com valores iniciais abaixo de 1 ng/ml podem repetir o exame a cada 2 anos.

O médico poderá orientar cada homem sobre a frequência ideal para fazer o exame de PSA, conforme as suas características pessoais e clínicas.

Conclusão

O exame de PSA é um importante aliado na prevenção e no tratamento do câncer de próstata, mas não deve ser usado isoladamente. Ele deve ser sempre acompanhado pelo médico urologista, que poderá solicitar outros exames complementares e indicar a melhor conduta para cada caso.

Lembre-se que o câncer de próstata tem cura quando diagnosticado precocemente. Por isso, não deixe de fazer os seus exames regularmente e procure um médico se tiver alguma dúvida ou sintoma.

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