Web 3.0 é uma ideia para uma nova versão da web/internet que incorpora conceitos como descentralização, tecnologias blockchain e economia baseada em tokens. Alguns tecnólogos e jornalistas contrastaram a Web 3.0 com a Web 2.0, onde eles dizem que os dados e o conteúdo são centralizados em um pequeno grupo de empresas, às vezes chamadas de “Big Tech”. O termo “Web 3.0” foi cunhado em 2014 por Gavin Wood, co-fundador da Ethereum e fundador da Polkadot, referindo-se a um “ecossistema online descentralizado baseado em blockchain”. Em 2021, a ideia de Web 3.0 ganhou popularidade, principalmente devido ao interesse dos entusiastas das criptomoedas e aos investimentos de tecnólogos e empresas de alto perfil.
Explicando a Web 1.0 e Web 2.0
Web 1.0 e Web 2.0 se referem a eras na história da web à medida que ela evoluiu por meio de várias tecnologias e formatos. Web 1.0 se refere aproximadamente ao período de 1989 a 2004, onde a maioria dos sites consistia em páginas estáticas, e a grande maioria dos usuários eram consumidores, não produtores de conteúdo. Web 2.0 é baseada na ideia da “web como plataforma” e se concentra em conteúdo criado pelo usuário, carregado em fóruns, mídias sociais e serviços de rede, blogs, wikis, entre outros serviços. Web 2.0 é geralmente considerada como tendo começado por volta de 2004 e continua até os dias atuais.
Tecnologias da Web 3.0
As visões específicas para a Web 3.0 diferem, mas elas giram em torno da ideia de descentralização e geralmente incorporam tecnologias blockchain, como várias criptomoedas e tokens não fungíveis (NFTs). A Web 3.0 oferece uma versão da web de ler/escrever/possuir, na qual os usuários podem criar, compartilhar e monetizar seu próprio conteúdo sem depender de intermediários ou plataformas centralizadas. Algumas das tecnologias que possibilitam a Web 3.0 são:
- Blockchain: um banco de dados distribuído que armazena informações de forma imutável e transparente.
- Criptomoedas: moedas digitais que funcionam como meio de troca ou reserva de valor na rede blockchain.
- Tokens: unidades digitais que representam ativos ou direitos na rede blockchain.
- NFTs: tokens únicos que representam objetos digitais ou físicos exclusivos.
- Contratos inteligentes: códigos autoexecutáveis que facilitam transações ou acordos na rede blockchain.
- DAOs: organizações descentralizadas autônomas que operam como corporações sem cabeça: elas arrecadam e gastam dinheiro, mas todas as decisões são votadas pelos membros e executadas por regras codificadas.
- DeFi: finanças descentralizadas que oferecem serviços financeiros tradicionais, como empréstimos, trocas ou seguros, sem intermediários ou reguladores centralizados.
Desafios da Web 3.0
A Web 3.0 ainda está em seus estágios iniciais de desenvolvimento e enfrenta vários desafios técnicos, regulatórios e sociais. Alguns desses desafios são:
- Escalabilidade: as redes blockchain atuais têm capacidade limitada para processar transações ou dados, o que pode levar a altos custos ou baixa velocidade.
- Interoperabilidade: as redes blockchain atuais têm dificuldade para se comunicar ou trocar informações entre si, o que pode limitar a inovação ou a colaboração.
- Usabilidade: as interfaces e ferramentas da Web 3.0 ainda são complexas ou inacessíveis para muitos usuários, o que pode afetar a adoção ou a experiência do usuário.
- Segurança: as redes blockchain são vulneráveis a ataques cibernéticos ou falhas humanas, o que pode resultar em perda ou roubo de fundos ou dados.
- Regulação: as redes blockchain operam em um ambiente legal incerto ou inconsistente, o que pode criar riscos ou obstáculos para os desenvolvedores ou usuários.
- Educação: as redes blockchain requerem um alto nível de conhecimento ou conscientização dos usuários, o que pode afetar a confiança ou a compreensão dos benefícios ou riscos da Web 3.0.
- Inclusão: as redes blockchain podem excluir ou marginalizar alguns grupos ou indivíduos, o que pode afetar a equidade ou a diversidade da Web 3.0.
Perspectivas da Web 3.0
A Web 3.0 tem o potencial de transformar a forma como interagimos, criamos e trocamos valor na internet. Ela pode oferecer aos usuários mais controle, propriedade e participação sobre seu próprio conteúdo, dados e ativos. Ela pode promover a inovação, a colaboração e a democratização de vários setores e serviços. Ela pode desafiar o poder e a influência das grandes empresas de tecnologia e dos governos. Ela pode criar novas oportunidades econômicas, sociais e culturais para indivíduos e comunidades.
No entanto, essa nova visão da Web também apresenta riscos e desafios significativos que precisam ser abordados com cuidado e responsabilidade. Ela pode criar novas formas de exclusão, desigualdade ou exploração. Ela pode gerar novas ameaças à privacidade, segurança ou estabilidade. Ela pode exigir novas formas de governança, regulação ou educação. Ela pode enfrentar resistência ou oposição de atores estabelecidos ou interessados.
A Web 3.0 ainda está em construção e seu futuro dependerá das escolhas e ações de todos os envolvidos: desenvolvedores, usuários, investidores, reguladores, educadores, pesquisadores e outros. A Web 3.0 é uma oportunidade e um desafio para moldarmos uma internet mais aberta, justa e sustentável.
