Saúde

O que é HPV? Você precisa se cuidar!

O HPV é uma sigla em inglês para Papilomavírus Humano, um vírus que pode infectar a pele e as mucosas, tanto oral, como genital ou anal, de homens e mulheres. O HPV é uma das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) mais comuns no mundo, e pode causar desde verrugas na região íntima até câncer em diferentes partes do corpo.

Neste artigo, você vai aprender o que é HPV, quais são os sintomas, como é feita a transmissão, o diagnóstico, a prevenção e o tratamento dessa infecção. Além disso, você vai descobrir quais são os tipos de HPV e os riscos que eles podem trazer para a sua saúde.

O que é HPV e quais são os tipos?

O HPV é um vírus que pertence à família Papillomaviridae, que possui mais de 150 tipos diferentes. Cada tipo de HPV pode afetar uma região específica do corpo, causando lesões que podem ser visíveis ou não.

Os tipos de HPV são classificados de acordo com o seu potencial de causar câncer. Os tipos considerados de baixo risco são aqueles que causam verrugas na pele ou nas mucosas, sem maiores complicações. Os tipos mais comuns de baixo risco são o 6 e o 11, que podem provocar verrugas genitais ou na laringe.

Os tipos considerados de alto risco são aqueles que podem causar lesões precursoras do câncer, ou seja, alterações nas células que podem evoluir para um tumor maligno. Os tipos mais comuns de alto risco são o 16 e o 18, que são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero e por 90% dos casos de câncer de ânus.

Quais são os sintomas do HPV?

A maioria das pessoas infectadas pelo HPV não apresenta sintomas, pois o vírus pode ficar latente no organismo por meses ou anos. No entanto, quando há uma queda na imunidade, o vírus pode se manifestar através de lesões na pele ou nas mucosas.

As lesões causadas pelo HPV podem ser clínicas ou subclínicas. As lesões clínicas são aquelas que podem ser vistas a olho nu, como as verrugas. As verrugas podem ter diferentes formas e tamanhos, e podem surgir na região genital, no ânus, na boca ou na garganta. As verrugas podem coçar, arder ou sangrar, e podem ser chamadas popularmente de crista de galo ou figueira.

As lesões subclínicas são aquelas que não podem ser vistas a olho nu, mas podem ser detectadas por exames específicos. As lesões subclínicas podem ser precursoras do câncer, pois indicam uma alteração nas células da pele ou das mucosas.

Como ocorre a transmissão do HPV?

A principal forma de transmissão do HPV é pelo contato sexual desprotegido, com ou sem penetração. O contato com a pele ou a mucosa infectada pelo vírus pode levar à infecção. Por isso, o uso do preservativo é fundamental para prevenir o HPV e outras IST.

Outras formas menos comuns de transmissão do HPV são:

  • Da mãe para o bebê durante a gestação ou o parto
  • Pelo contato com objetos contaminados pelo vírus, como toalhas ou roupas íntimas
  • Pelo contato com lesões na boca durante o beijo
  • Pela autoinoculação, quando a pessoa se infecta ao manipular as próprias lesões

Como é feito o diagnóstico do HPV?

O diagnóstico do HPV deve ser feito por um médico especialista, como um clínico geral, um ginecologista, um urologista ou um proctologista. O médico pode avaliar os sinais e sintomas apresentados pelo paciente e examinar as lesões na pele ou nas mucosas.

Além disso, o médico pode solicitar alguns exames para confirmar a infecção pelo HPV e identificar o tipo de vírus. Os exames mais usados são:

  • Papanicolau: um exame que coleta células do colo do útero para verificar se há alterações causadas pelo vírus. É recomendado para todas as mulheres sexualmente ativas, a partir dos 25 anos, a cada três anos.
  • Peniscopia: um exame que usa uma lente de aumento para visualizar as lesões no pênis. É recomendado para os homens que apresentam verrugas genitais ou que têm parceiras com HPV.
  • Sorologia: um exame de sangue que detecta a presença de anticorpos contra o HPV. É recomendado para as pessoas que não apresentam lesões, mas que têm risco de infecção pelo vírus.
  • Captura híbrida: um exame que coleta amostras de DNA do vírus na pele ou nas mucosas. É recomendado para as pessoas que apresentam lesões subclínicas ou que têm risco de desenvolver câncer.

Como é feito o tratamento do HPV?

O tratamento do HPV depende do tipo de vírus, do tipo de lesão e da localização da infecção. O objetivo do tratamento é eliminar as lesões causadas pelo vírus e reduzir o risco de câncer.

O tratamento pode ser feito com medicamentos tópicos, como pomadas ou cremes, que devem ser aplicados nas lesões para estimular a imunidade local e combater o vírus. Esses medicamentos podem ter efeitos colaterais, como irritação, vermelhidão ou ardência na pele.

Outra forma de tratamento é a remoção das lesões por meio de procedimentos cirúrgicos, como cauterização, crioterapia, laser ou cirurgia convencional. Esses procedimentos podem causar dor, sangramento ou cicatrizes na pele.

O tratamento do HPV deve ser acompanhado pelo médico, que pode indicar a necessidade de repetir os exames periodicamente para verificar se houve cura da infecção ou se há recidiva das lesões.

Como prevenir o HPV?

A melhor forma de prevenir o HPV é evitar o contato sexual desprotegido com pessoas infectadas pelo vírus. O uso do preservativo em todas as relações sexuais, seja oral, vaginal ou anal, é essencial para reduzir o risco de infecção.

Outras medidas de prevenção são:

  • Evitar o compartilhamento de objetos pessoais, como toalhas ou roupas íntimas
  • Evitar o contato com lesões na boca durante o beijo
  • Evitar manipular as próprias lesões ou as lesões de outras pessoas
  • Fazer os exames preventivos regularmente, como o papanicolau
  • Tomar a vacina contra o HPV

A vacina contra o HPV é uma forma eficaz de prevenir a infecção pelos tipos mais comuns e perigosos do vírus. A vacina está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. A vacina também pode ser tomada por pessoas fora dessa faixa etária em clínicas particulares.

A vacina contra o HPV é segura e não causa efeitos colaterais graves. Ela é aplicada em duas doses, com intervalo de seis meses entre elas. A vacina não protege contra todos os tipos de HPV, por isso é importante manter as outras medidas de prevenção.

Quais são as possíveis complicações?

O HPV pode causar complicações graves para a saúde, principalmente se não for tratado adequadamente. As principais complicações são:

  • Câncer de colo de útero: é o mais comum e grave, afetando cerca de 16 mil mulheres por ano no Brasil. É causado principalmente pelos tipos 16 e 18 do HPV, que são considerados de alto risco para câncer. O câncer de colo de útero pode ser detectado precocemente por meio do exame preventivo (Papanicolau), que deve ser feito regularmente por todas as mulheres sexualmente ativas.
  • Câncer de pênis: é menos frequente, mas também pode ser causado pelo HPV, principalmente pelos tipos 16 e 18. Afeta cerca de 2 mil homens por ano no Brasil. O câncer de pênis pode ser prevenido com hábitos de higiene adequados e circuncisão. O diagnóstico é feito por meio de biópsia da lesão suspeita.
  • Câncer de ânus: pode afetar tanto homens quanto mulheres, sendo mais comum em pessoas que praticam sexo anal sem proteção ou que têm outras ISTs. É causado principalmente pelos tipos 16 e 18 do HPV. O câncer de ânus pode ser diagnosticado por meio de anuscopia e biópsia da lesão suspeita.
  • Câncer de orofaringe: é o câncer que afeta a parte posterior da garganta, incluindo a base da língua e as amígdalas. Pode ser causado pelo HPV, principalmente pelos tipos 16 e 18, em pessoas que praticam sexo oral sem proteção ou que têm múltiplos parceiros sexuais. O câncer de orofaringe pode ser diagnosticado por meio de endoscopia e biópsia da lesão suspeita.
  • Papilomatose respiratória recorrente: é uma complicação rara, que afeta as cordas vocais e a laringe, causando rouquidão, dificuldade para respirar e tosse. Pode ocorrer em crianças que foram infectadas pelo HPV no momento do parto ou em adultos imunodeprimidos. É causada principalmente pelos tipos 6 e 11 do HPV, que são considerados de baixo risco para câncer. O diagnóstico é feito por meio de laringoscopia e biópsia da lesão suspeita.

Conclusão

O HPV é um vírus que pode causar diversas complicações de saúde, principalmente câncer. A prevenção é a melhor forma de evitar essas complicações, por meio da vacinação e do uso de preservativo. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem reduzir as chances de sequelas e aumentar as chances de cura.

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