Culinária Saúde

O que é glúten? E por que ele é tão polêmico?

Você já deve ter ouvido falar sobre o glúten, uma proteína presente em alguns cereais que tem sido associada a diversos problemas de saúde. Mas afinal, o que é glúten, quais alimentos o possuem, quais alimentos não possuem glúten, quais são os benefícios de uma dieta sem glúten, as doenças associadasd ao consumi de glúten e quais são os cuidados necessários para quem tem essa condição? Neste artigo, vamos responder essas e outras perguntas sobre o glúten e esclarecer alguns mitos e verdades sobre essa substância.

O que é glúten?

O glúten é um composto de proteínas que fica armazenado nas sementes de alguns cereais da família das gramíneas, principalmente das espécies da tribo Triticeae, como o trigo, cevada, triticale e centeio. Esse composto de proteína é necessário para a germinação e o crescimento do broto da planta.

O glúten é formado pela junção de outros dois compostos: glutenina e gliadina. Ele é o responsável pela elasticidade das massas de panificação e alimentos, atuando como uma espécie de cola que garante uma maior maciez e volume aos produtos. Por isso, o glúten é muito utilizado na indústria alimentícia.

O glúten também tem um papel importante na nutrição, pois é uma fonte de proteína vegetal e de fibras. Além disso, os cereais que contêm glúten também fornecem outros nutrientes essenciais, como carboidratos, vitaminas do complexo B, ferro, zinco e magnésio.

Quais alimentos possuem glúten?

Os alimentos que possuem glúten são todos aqueles que podem ser feitos com trigo, cevada, malte ou centeio como bolachas, bolos, biscoitos, pães, torradas, cervejas, macarrão e massa de pizza, por exemplo. Além disso, bebidas como cerveja e whisky também contêm glúten, pois são feitas a partir do malte e da cevada.

Também é importante ficar atento aos alimentos industrializados que podem conter glúten na sua composição ou no seu processo de fabricação, como molhos, sopas, temperos prontos, salgadinhos, nuggets, salsichas, hambúrgueres e outros. Por isso, é recomendado sempre ler os rótulos dos produtos e verificar se há a informação “contém glúten” ou “pode conter traços de glúten”.

Quais alimentos não possuem glúten?

Os alimentos que não possuem glúten são principalmente:

  • Frutas e vegetais;
  • Leguminosas, como feijão, soja, grão de bico ou lentilha;
  • Cereais, como arroz, quinoa, amaranto, milho e seus derivados;
  • Tubérculos, como batata, fécula de batata, aipim, inhame;
  • Proteínas, como carne, frango, ovos, tofu e peixes;
  • Doces, como açúcar, chocolate (sem adição de biscoito ou malte), cacau (puro), gelatinas e sorvetes (sem adição de biscoito ou bolacha);
  • Temperos naturais , como sal (sem adição de amido), tomilho (fresco ou seco), manjericão (fresco ou seco), orégano (fresco ou seco);
  • Gorduras saudáveis , como azeite (extra virgem), manteiga (sem sal), óleo de coco (virgem), sementes de linhaça (moída), de abóbora (torrada) e de chia.

Esses alimentos e outros produtos feitos apenas com esses ingredientes podem ser consumidos em uma dieta sem glúten. Os alimentos industrializados que apresentam no rótulo a informação “sem glúten” não contêm esse componente e podem ser consumidos por pessoas que tenham doença celíaca, alergia ou intolerância a essa proteína.

Quais são os benefícios de uma dieta sem glúten?

O principal benefício de retirar o glúten da alimentação é a exclusão de alimentos industrializados e calóricos da dieta, como bolachas recheadas, pizzas, massas e bolos. Muitas vezes, essas fontes de glúten também são ricas em açúcar, gordura e sódio, que podem prejudicar a saúde e favorecer o ganho de peso.

Além disso, algumas pessoas podem se sentir melhor ao reduzir o consumo desse componente, pois podem ter uma melhora no funcionamento do intestino e na digestão, além de reduzir a inflamação e a permeabilidade intestinal, que podem estar relacionadas a diversas doenças crônicas.

No entanto, é importante ressaltar que uma dieta sem glúten não é necessariamente mais saudável ou mais emagrecedora do que uma dieta sem restrições. Tudo depende da qualidade e da quantidade dos alimentos que são consumidos. Por isso, é fundamental ter o acompanhamento de um nutricionista para adequar a dieta às necessidades e aos objetivos de cada pessoa.

Quais são as doenças relacionadas ao consumo de glúten?

O glúten pode ser prejudicial para a saúde de algumas pessoas que têm doenças relacionadas a esse componente específico. Essas doenças podem ser genéticas ou não e apresentam diversos sintomas. As principais doenças relacionadas ao glúten são:

  • Doença celíaca: é uma doença autoimune que afeta cerca de 1% da população mundial. Ela ocorre em pessoas que têm uma predisposição genética e que desenvolvem uma resposta imunológica intensa ao glúten. Essa resposta causa danos à mucosa do intestino delgado, prejudicando a absorção de nutrientes e causando sintomas como diarreia, dor e inchaço abdominal, perda de peso, anemia, osteoporose e infertilidade. O único tratamento para a doença celíaca é a exclusão total do glúten da dieta por toda a vida.
  • Alergia ao trigo: é uma reação alérgica mediada pela imunoglobulina E, um tipo de anticorpo que reconhece o glúten como uma substância estranha e perigosa. A alergia ao trigo pode causar sintomas como rinite, asma, urticária, conjuntivite, diarreia, dor abdominal e lesões na pele. Em casos mais graves, pode ocorrer anafilaxia, uma reação alérgica grave que pode levar à morte. O tratamento consiste em evitar o consumo de trigo e de alimentos que possam conter traços desse composto de proteínas.
  • Sensibilidade ao glúten não celíaca: é uma condição que afeta entre 6% e 10% da população e que se caracteriza pelo aparecimento de sintomas após a ingestão de glúten, que melhoram ou desaparecem com a retirada do glúten da dieta e que retornam ao reintroduzi-lo na alimentação. Os sintomas podem ser semelhantes aos da doença celíaca ou da síndrome do intestino irritável, como diarreia, dor e inchaço abdominal, gases, fadiga, dor de cabeça e depressão. A sensibilidade ao glúten não celíaca não é uma doença autoimune nem uma alergia, mas uma reação do organismo que ainda não é bem compreendida pela ciência. O tratamento consiste em reduzir ou eliminar o glúten da dieta, conforme a tolerância de cada pessoa.

Como identificar e tratar as doenças relacionadas ao glúten?

Se você suspeita que tem alguma doença relacionada ao glúten, o primeiro passo é procurar um médico gastroenterologista, que é o especialista indicado para diagnosticar e orientar sobre essas condições. O médico pode solicitar alguns exames de sangue e de endoscopia para confirmar ou descartar a doença celíaca ou a alergia ao trigo. Já para a sensibilidade ao glúten não celíaca, não há um exame específico, mas sim um diagnóstico por exclusão, ou seja, quando as outras doenças são descartadas e os sintomas melhoram com a dieta sem esse componente.

O tratamento das doenças relacionadas ao glúten depende do tipo e da gravidade da condição. Em geral, ele envolve a modificação da alimentação, com a retirada total ou parcial do glúten da dieta. Isso pode ser feito com a ajuda de um nutricionista, que pode orientar sobre os alimentos permitidos e proibidos, as formas de substituir esse componente por outras fontes de proteínas e carboidratos e as maneiras de evitar a contaminação cruzada pelo glúten.

Além disso, o tratamento também pode incluir o uso de medicamentos para aliviar os sintomas, como anti-inflamatórios, antialérgicos, antidiarreicos e suplementos vitamínicos e minerais. Em alguns casos, pode ser necessário o acompanhamento psicológico para lidar com as dificuldades emocionais decorrentes das restrições alimentares.

Quais são os cuidados para quem tem doença celíaca?

As pessoas que têm doença celíaca devem ter alguns cuidados especiais para evitar a ingestão acidental de glúten e prevenir as complicações da doença. Alguns desses cuidados são:

  • Ler os rótulos dos alimentos e verificar se há a informação “contém glúten” ou “pode conter traços de glúten”;
  • Evitar alimentos que não tenham rótulo ou que não sejam certificados como livres de glúten;
  • Evitar alimentos fritos em óleo que tenha sido usado para fritar alimentos com glúten;
  • Evitar o uso compartilhado de utensílios, talheres, pratos, copos, panelas e outros objetos que possam ter entrado em contato com alimentos com glúten;
  • Limpar bem as superfícies onde são preparados os alimentos sem glúten;
  • Informar aos familiares, amigos, colegas e profissionais de saúde sobre a condição e solicitar apoio e compreensão;
  • Seguir as orientações do nutricionista para garantir uma alimentação equilibrada e adequada às necessidades nutricionais;
  • Fazer o acompanhamento médico regularmente para monitorar a evolução da doença e prevenir possíveis deficiências ou complicações.

Conclusão

O glúten é uma proteína presente em cereais como trigo, centeio, malte ou cevada, que dá elasticidade e maciez às massas de pães, bolos, biscoitos e outros alimentos. Ele não faz mal para a maioria das pessoas, mas pode causar reações adversas em algumas, como doença celíaca, alergia ao trigo ou sensibilidade ao glúten não celíaca. Essas pessoas devem evitar o consumo de glúten e seguir uma dieta sem esse componente orientada por um profissional de saúde.

Esperamos que este artigo tenha esclarecido as suas dúvidas sobre o que é glúten, quais alimentos contêm essa proteína, quais são os benefícios de uma dieta sem glúten e quais doenças estão relacionadas ao consumo desse componente. Se você gostou deste conteúdo, compartilhe com os seus amigos e deixe o seu comentário abaixo.

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