Cultura

O que é cultura woke? Resumo, origem, características

A cultura woke é uma expressão que se refere a uma postura política e social de estar consciente e alerta sobre temas de justiça social, especialmente o racismo, mas também outras formas de discriminação e opressão. Neste artigo, vamos explicar o que é a cultura woke, como ela surgiu, como ela se manifesta na cultura popular, quais são as principais disputas políticas em torno dela, qual é o papel do movimento Black Lives Matter e quais são as críticas e as polêmicas que ela gera.

Origem do termo woke

O termo woke significa “acordado” ou “desperto” em inglês, e surgiu na comunidade afro-americana como uma forma de denunciar a injustiça racial e a violência policial. A origem do termo woke é atribuída ao escritor afro-americano William Melvin Kelley, que em 1962 publicou um artigo no jornal The New York Times com o título “If You’re Woke, You Dig it” (“Se você estiver acordado, entenderá”, em tradução livre), segundo o jornalista Elijah Watson. O termo ressurgiu na última década com o movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), que ganhou força após casos de assassinatos de homens negros desarmados por policiais nos Estados Unidos.

Características da cultura woke

A cultura woke se expandiu para além da questão racial e passou a abranger outras pautas progressistas, como o feminismo, a diversidade sexual e de gênero, os direitos humanos, o meio ambiente, entre outras. Esse movimento se caracteriza por questionar e desafiar as normas e os paradigmas dominantes na sociedade, buscando promover a inclusão e a representatividade dos grupos historicamente marginalizados ou oprimidos. As ideias também se baseiam em conceitos como a interseccionalidade, que reconhece que as formas de opressão se cruzam e se potencializam entre si, e a teoria crítica da raça, que analisa como o racismo está presente nas estruturas sociais, culturais e políticas.

Cultura popular e cultura woke

A cultura woke se manifesta em diversas esferas da sociedade, como na arte, na mídia, na educação, na política e no consumo. Por exemplo, filmes e séries de Hollywood que apresentam elencos diversos e protagonismo feminino são considerados exemplos de cultura woke. Alguns casos emblemáticos são os filmes Star Wars: O Despertar da Força (2015) e Vingadores: Ultimato (2019), que trazem personagens femininas fortes e heroicas, e o filme Cinderella (2021), que tem um elenco multirracial e um personagem gay. Da mesma forma, empresas que adotam discursos de inclusão e sustentabilidade ou que apoiam causas sociais são vistas como parte da cultura woke. Um exemplo é a Nike, que em 2018 lançou uma campanha com o jogador de futebol americano Colin Kaepernick, que se tornou um símbolo do movimento Black Lives Matter ao se ajoelhar durante o hino nacional dos Estados Unidos em protesto contra o racismo.

Disputa política e cultura woke

A cultura woke também se tornou um campo de disputa política e ideológica nos Estados Unidos e em outros países. Enquanto alguns se identificam com orgulho como alguém woke, ou seja, alguém que está atento e engajado com as questões sociais do seu tempo, outros usam o termo como um insulto ou uma crítica. Segundo o dicionário Oxford, o termo é frequentemente empregado com desaprovação por pessoas que pensam que outros se incomodam muito facilmente com estes assuntos, ou falam demais sobre eles, sem promover nenhuma mudança.

Os críticos da cultura woke geralmente são conservadores ou liberais que acusam os adeptos da cultura woke de serem hipócritas, intolerantes, radicais ou moralistas. Eles argumentam que a cultura woke promove uma espécie de “polícia da linguagem” que censura ou cancela qualquer expressão ou ideia que seja considerada ofensiva ou politicamente incorreta. Eles também afirmam que a cultura woke cria uma divisão na sociedade entre grupos identitários que se vitimizam e culpam uns aos outros pelos problemas sociais. Alguns exemplos de críticos da cultura woke são o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, o escritor britânico J.K. Rowling e o filósofo brasileiro Luiz Felipe Pondé .

Black Lives Matter

O movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) é um dos principais impulsionadores da cultura woke nos Estados Unidos e no mundo. O movimento surgiu em 2013 após a absolvição do policial que matou o adolescente negro Trayvon Martin na Flórida. Esse movimento social ganhou mais visibilidade e apoio em 2020, após o assassinato de George Floyd por um policial branco em Minneapolis, que gerou uma onda de protestos antirracistas em várias cidades americanas e em outros países.

O Black Lives Matter defende o fim da violência policial contra as pessoas negras, a reforma do sistema de justiça criminal, o reconhecimento e a reparação das injustiças históricas cometidas contra a população afrodescendente, entre outras demandas. O movimento também utiliza o termo woke para se referir aos seus apoiadores e simpatizantes, que estão conscientes e mobilizados pela causa racial.

Críticas e polêmicas da cultura woke

A cultura woke é um fenômeno complexo e controverso que reflete as tensões e os conflitos da sociedade contemporânea. Ela envolve questões éticas, culturais, políticas e econômicas que não podem ser reduzidas a uma única perspectiva ou definição. Por isso, é importante buscar informações confiáveis e diversificadas sobre o tema, bem como respeitar as opiniões diferentes das suas.

Algumas das críticas e polêmicas que a cultura woke gera são:

  • A cultura woke é uma forma de imposição de uma agenda progressista sobre os demais, que não respeita a liberdade de expressão, de pensamento e de escolha das pessoas.
  • A cultura woke é uma forma de manipulação midiática e comercial, que usa as causas sociais como estratégia de marketing ou de propaganda política, sem se comprometer efetivamente com elas.
  • A cultura woke é uma forma de alienação e de vitimização, que faz as pessoas se identificarem apenas com seus grupos de pertencimento, ignorando as diferenças individuais e as responsabilidades pessoais.
  • A cultura woke é uma forma de relativismo moral e de negação da realidade, que não reconhece os valores universais e as verdades objetivas, mas apenas as narrativas subjetivas e ideológicas.

Conclusão

A cultura woke é uma expressão que se refere a uma postura política e social de estar consciente e alerta sobre temas de justiça social, especialmente o racismo, mas também outras formas de discriminação e opressão. Ela envolve questões éticas, culturais, políticas e econômicas que não podem ser reduzidas a uma única perspectiva ou definição. Por isso, é importante buscar informações confiáveis e diversificadas sobre o tema, bem como respeitar as opiniões diferentes das suas.

Esse movimento tem origem na comunidade afro-americana e no movimento Black Lives Matter, mas se expandiu para outras pautas progressistas, como o feminismo, a diversidade sexual e de gênero, os direitos humanos, o meio ambiente, entre outras. Há manifestações na cultura popular, em filmes, séries, músicas, livros, entre outros meios de expressão artística e cultural. Também se tornou um campo de disputa política e ideológica, gerando críticas e polêmicas de conservadores e liberais que acusam os adeptos da cultura woke de serem hipócritas, intolerantes, radicais ou moralistas.

A cultura woke é um fenômeno complexo e controverso que reflete as tensões e os conflitos da sociedade contemporânea. Ela pode ser vista como uma forma de questionar e desafiar as normas e os paradigmas dominantes na sociedade, buscando promover a inclusão e a representatividade dos grupos historicamente marginalizados ou oprimidos. Ela também pode ser vista como uma forma de imposição de uma agenda progressista sobre os demais, que não respeita a liberdade de expressão, de pensamento e de escolha das pessoas.

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