Saúde

O que é burnout? Como lidar com o stress

Você já se sentiu tão cansado, estressado e desmotivado no trabalho que não tinha vontade de fazer mais nada? Se a resposta for sim, talvez você esteja sofrendo de burnout, uma síndrome que afeta cada vez mais profissionais em todo o mundo.

Mas afinal, o que é burnout? Quais são os sintomas, as causas e o tratamento dessa condição? Como prevenir e evitar o esgotamento profissional? Qual a importância da saúde mental no trabalho? Neste artigo, vamos responder essas e outras perguntas sobre o tema. Acompanhe!

O que é burnout?

O termo burnout vem do inglês e significa “queimar até o fim”. Trata-se de uma síndrome psicológica causada pelo excesso de trabalho e pelo estresse crônico relacionado à vida profissional. O burnout é caracterizado por um estado de exaustão física, emocional e mental, que afeta negativamente o desempenho, a satisfação e a saúde do trabalhador.

O burnout é mais comum em profissões que exigem muita responsabilidade, competitividade ou contato com pessoas, como médicos, enfermeiros, professores, policiais, jornalistas, advogados, entre outros. No entanto, qualquer pessoa que se sinta sobrecarregada, pressionada ou desvalorizada no trabalho pode desenvolver a síndrome.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o burnout é um fenômeno ocupacional que resulta de um estresse crônico no trabalho que não foi administrado com êxito. A OMS reconhece o burnout como um fator que influencia a saúde das pessoas e incluiu a síndrome na Classificação Internacional de Doenças (CID-11), que entrará em vigor em 2022.

Um estudo realizado pela International Stress Management Association (Isma) mostra que o Brasil é o segundo país com o maior número de pessoas afetadas pela síndrome de burnout, ficando atrás apenas do Japão. A pesquisa mostra que 30% dos mais de 100 milhões de trabalhadores brasileiros sofrem com o problema, superando países como Estados Unidos e Alemanha.

Quais são os sintomas do burnout?

Os sintomas do burnout podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente envolvem:

  • Cansaço excessivo, físico e mental;
  • Falta de energia e motivação;
  • Baixa autoestima e autoconfiança;
  • Sentimentos de frustração, fracasso e incompetência;
  • Irritabilidade, ansiedade e depressão;
  • Isolamento social e conflitos interpessoais;
  • Dificuldade de concentração e memória;
  • Queda na produtividade e na qualidade do trabalho;
  • Alterações no sono e no apetite;
  • Dores de cabeça, musculares e gastrointestinais;
  • Problemas cardíacos, respiratórios e imunológicos.

Os sintomas do burnout costumam se manifestar gradualmente e podem se agravar com o tempo. Por isso, é importante ficar atento aos sinais de alerta e buscar ajuda profissional o quanto antes.

Quais são as causas do burnout?

O burnout é causado por fatores relacionados ao ambiente e às condições de trabalho. Alguns exemplos são:

  • Excesso de carga horária ou de tarefas;
  • Falta de reconhecimento ou de recompensa;
  • Falta de autonomia ou de controle sobre o trabalho;
  • Falta de apoio ou de feedback dos gestores ou colegas;
  • Falta de equilíbrio entre a vida pessoal e profissional;
  • Conflito entre os valores pessoais e organizacionais;
  • Ambiguidade ou mudança constante nas funções ou expectativas;
  • Competição ou hostilidade no ambiente de trabalho.

Além desses fatores externos, existem também fatores internos que podem predispor ou agravar o burnout. Alguns exemplos são:

  • Perfeccionismo ou autoexigência excessiva;
  • Idealismo ou expectativas irreais sobre o trabalho;
  • Dificuldade de dizer não ou de impor limites;
  • Dificuldade de delegar ou de trabalhar em equipe;
  • Dificuldade de lidar com mudanças ou frustrações;
  • Dificuldade de expressar emoções ou necessidades;
  • Baixa autoestima ou autoconfiança.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do burnout é feito por um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou um psiquiatra, por meio de uma avaliação clínica que leva em conta o histórico, o relato e os sintomas do paciente, bem como sua relação com o trabalho e sua satisfação profissional.

Existem também alguns instrumentos que podem auxiliar no diagnóstico do burnout, como questionários, escalas e testes. Um dos mais utilizados é o Maslach Burnout Inventory (MBI), que mede três dimensões da síndrome: exaustão emocional, despersonalização e baixa realização profissional.

O diagnóstico precoce do burnout é fundamental para evitar complicações mais graves, como depressão, ansiedade, abuso de álcool ou drogas, problemas cardíacos, suicídio, entre outros.

Como é o tratamento do burnout?

O tratamento do burnout envolve uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir:

  • Psicoterapia: é um processo que visa ajudar o paciente a compreender e modificar seus pensamentos, sentimentos e comportamentos relacionados ao trabalho e a si mesmo, bem como a desenvolver estratégias de enfrentamento e resiliência diante das situações estressantes.
  • Medicamentos: podem ser indicados pelo psiquiatra para aliviar os sintomas do burnout, como antidepressivos, ansiolíticos ou estabilizadores de humor. O uso de medicamentos deve ser sempre acompanhado de psicoterapia e orientação médica.
  • Mudanças no estilo de vida: são hábitos que podem contribuir para a prevenção e a recuperação do burnout, como praticar atividade física regularmente, ter uma alimentação saudável, dormir bem, reservar tempo para o lazer e o descanso, cultivar hobbies e interesses pessoais, manter uma rede de apoio social e familiar, entre outros.
  • Mudanças no trabalho: são medidas que podem melhorar o ambiente e as condições de trabalho, como negociar horários flexíveis, reduzir a carga ou o ritmo de trabalho, solicitar feedback ou reconhecimento, buscar apoio ou orientação dos gestores ou colegas, participar de cursos ou treinamentos, buscar novos desafios ou oportunidades, mudar de função ou de setor, entre outros.

O tratamento do burnout deve ser individualizado e adaptado às necessidades e aos objetivos de cada paciente. Em alguns casos, pode ser necessário afastar-se temporariamente do trabalho ou até mesmo mudar de carreira.

Como prevenir o burnout?

A prevenção do burnout é uma responsabilidade compartilhada entre os trabalhadores e as organizações. Algumas ações que podem prevenir o esgotamento profissional são:

  • Estabelecer metas claras e realistas para o trabalho;
  • Planejar e organizar as tarefas e os prazos;
  • Priorizar as atividades mais importantes e urgentes;
  • Delegar ou dividir as responsabilidades;
  • Aprender a dizer não ou a recusar demandas excessivas;
  • Buscar feedback ou orientação sempre que necessário;
  • Reconhecer e valorizar os próprios esforços e resultados;
  • Buscar apoio ou colaboração dos colegas ou gestores;
  • Evitar conflitos ou situações desgastantes no trabalho;
  • Manter uma comunicação clara e assertiva com todos os envolvidos no trabalho;
  • Respeitar os limites entre a vida pessoal e profissional;
  • Buscar um equilíbrio entre o trabalho e as outras áreas da vida;
  • Cuidar da saúde física e mental;
  • Buscar ajuda profissional ao perceber sinais de burnout.

Qual a importância da saúde mental no trabalho?

A saúde mental no trabalho é um aspecto fundamental para o bem-estar, a qualidade de vida e a produtividade dos trabalhadores. A saúde mental no trabalho envolve não apenas a ausência de doenças mentais, mas também a promoção de um ambiente de trabalho saudável, que respeite os direitos, as necessidades e as potencialidades dos trabalhadores.

Um ambiente de trabalho saudável é aquele que oferece condições adequadas de trabalho, que valoriza o desempenho e o reconhecimento dos trabalhadores, que estimula o desenvolvimento profissional e pessoal, que favorece a comunicação e a participação, que previne e combate o assédio moral e sexual, que respeita a diversidade e que incentiva o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

A saúde mental no trabalho é responsabilidade tanto dos empregadores quanto dos empregados. Os empregadores devem garantir que as normas de segurança e saúde no trabalho sejam cumpridas, que os riscos psicossociais sejam identificados e prevenidos, que os trabalhadores sejam apoiados em caso de adoecimento e que haja uma cultura organizacional positiva.

Os empregados devem cuidar da sua saúde mental, buscando ajuda quando necessário, expressando suas opiniões e sentimentos, respeitando seus limites e prioridades, mantendo uma alimentação saudável, dormindo bem, praticando atividades físicas e de lazer, cultivando relações interpessoais positivas e buscando equilibrar as demandas do trabalho e da vida pessoal.

A saúde mental no trabalho é um direito de todos e um dever de todos. Cuidar da sua saúde mental é investir na qualidade de vida, na satisfação profissional e na produtividade. É prevenir o burnout e outras doenças mentais. É promover uma sociedade mais justa, solidária e feliz.

Compartilhe com amor
© 2023 oqsignifica.com.br - Todos os direitos reservados