Religião

7 pecados capitais

Os 7 pecados capitais são uma lista de pecados que, segundo a tradição católica, dão origem a todos os outros pecados. Esses pecados não estão listados como pecados capitais na Bíblia, mas têm fundamentação bíblica. Neste artigo, vamos explicar o que são os 7 pecados capitais e como evitá-los, usando referências na Bíblia para cada pecado.

Soberba

O soberba é o pecado de se achar superior aos outros e a Deus. O soberbo se vangloria de suas qualidades, despreza os outros e não reconhece seus erros. A soberba é o oposto da humildade, que é a virtude de reconhecer sua dependência de Deus e de respeitar os outros.

A soberba é condenado na Bíblia, pois leva à rebelião contra Deus e à divisão entre as pessoas. A Bíblia diz que Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (Tiago 4:6). O soberbo será humilhado, mas o humilde será exaltado (Provérbios 29:23).

Para evitar a soberba, devemos ter uma visão equilibrada de nós mesmos, reconhecendo nossas qualidades e nossos defeitos, sem nos compararmos com os outros. Devemos também agradecer a Deus por tudo o que temos e somos, pois tudo vem dele. E devemos pedir perdão a Deus e aos outros quando erramos, sem tentar justificar nossas falhas.

Inveja

A inveja é o pecado de cobiçar o que é dos outros. O invejoso não se alegra com as bênçãos que os outros recebem, mas fica triste ou com raiva. A inveja é egoísta e mesquinha, pois impede de ver e desfrutar das bênçãos que Deus nos dá.

A inveja é condenada na Bíblia, pois leva à discórdia, à calúnia e até ao assassinato. A Bíblia diz que a inveja apodrece os ossos (Provérbios 14:30) e é obra da carne (Gálatas 5:19-21). O invejoso não herdará o reino de Deus.

Para evitar a inveja, devemos cultivar a gratidão e o contentamento. Devemos agradecer a Deus por tudo o que temos e não ficar desejando o que não temos. Devemos também nos alegrar com as vitórias dos outros, reconhecendo que Deus distribui seus dons de forma soberana e sábia.

Avareza

A avareza é o pecado de amar o dinheiro mais do que a Deus. O avarento acumula riquezas para si mesmo, sem querer gastar nem compartilhar com os outros. A avareza é idolatria, pois coloca o dinheiro no lugar de Deus.

A avareza é condenada na Bíblia, pois leva à insensibilidade, à injustiça e à infidelidade. A Bíblia diz que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males (1 Timóteo 6:10) e que o avarento não entrará no reino dos céus (1 Coríntios 6:10). O avarento perde sua alma por causa do dinheiro.

Para evitar a avareza, devemos ter uma visão bíblica do dinheiro, reconhecendo que ele é um meio e não um fim em si mesmo. Devemos usar o dinheiro para suprir nossas necessidades básicas e para abençoar os outros, não para acumular tesouros na terra. Devemos também ser generosos e ofertar com alegria, sabendo que Deus ama quem dá com alegria (2 Coríntios 9:7).

Ira

A ira é o pecado de ficar muito zangado e agir de forma cruel ou violenta. Embora seja uma emoção natural, pode se tornar pecado quando sai do controle e leva ao ódio, à vingança e à agressão. A ira é o oposto da mansidão, que é a virtude de controlar as emoções e agir com paciência e bondade.

Na Bíblia a ira é condenada, pois leva à destruição, à contenda e à morte. A Bíblia diz que o homem iracundo provoca brigas (Provérbios 29:22) e que a ira do homem não produz a justiça de Deus (Tiago 1:20). O iracundo não herdará o reino de Deus.

Para evitar a ira, devemos aprender a dominar nossas emoções, não deixando que elas nos dominem. Devemos também buscar a paz e a reconciliação, perdoando os que nos ofendem e não retribuindo o mal com o mal. E devemos deixar a vingança nas mãos de Deus, que julgará com justiça (Romanos 12:19).

Luxúria

A luxúria é o pecado de desejar prazeres carnais errados. A pessoa dominada pela luxúria vive para os prazeres, sem exercer domínio próprio. A luxúria leva à imoralidade sexual, pois a pessoa não controla seus desejos. É o oposto da pureza, que é a virtude de manter o corpo e a mente santos para Deus.

A luxúria também é condenada na Bíblia, pois leva à impureza, à infidelidade e à degradação. A Bíblia diz que a luxúria é pecar contra o próprio corpo (1 Coríntios 6:18) e que os imorais não entrarão no reino de Deus (Apocalipse 22:15). O luxurioso perde sua comunhão com Deus por causa dos prazeres.

Para evitar a luxúria, devemos fugir das tentações, evitando tudo o que desperta desejos errados em nós. Devemos também renovar nossa mente com a palavra de Deus, meditando em tudo o que é puro e louvável (Filipenses 4:8). E devemos buscar a satisfação em Deus, que é a fonte de todo prazer verdadeiro (Salmo 16:11).

Gula

A gula é o pecado de comer ou beber demais. A pessoa dominada pela gula não tem moderação nem disciplina em sua alimentação. A gula leva ao desperdício, à obesidade e à dependência. É o oposto da temperança, que é a virtude de ter equilíbrio e sobriedade em tudo o que faz.

Na Bíblia encontraremos críticas à gula, pois leva à insensatez, à escravidão e à morte. A Bíblia diz que o glutão se torna pobre (Provérbios 23:21) e que quem se entrega ao vinho se desvia da sabedoria (Provérbios 20:1). O glutão não tem parte no reino de Deus.

Para evitar a gula, devemos ter uma visão bíblica da comida e da bebida, reconhecendo que elas são dádivas de Deus para nosso sustento e prazer, mas não para nossa idolatria. Devemos comer e beber com gratidão e moderação, cuidando do nosso corpo como templo do Espírito Santo (1 Coríntios 6:19-20).

Preguiça

A preguiça é o pecado de evitar todo tipo de trabalho ou esforço. A pessoa dominada pela preguiça não tem disposição nem iniciativa para fazer nada. O preguiçoso é levado à negligência, à pobreza e à inutilidade. A preguiça é o oposto da diligência, que é a virtude de trabalhar com zelo e dedicação.

A Bíblia critica a preguiça, pois leva ao desperdício, à irresponsabilidade e ao fracasso. A Bíblia diz que o preguiçoso deseja mas nada consegue (Provérbios 13:4) e que quem não trabalha não deve comer (2 Tessalonicenses 3:10). O preguiçoso não entra no descanso de Deus.

Para evitar a preguiça, devemos ter uma visão bíblica do trabalho, reconhecendo que ele é um mandato de Deus para nossa realização e para nosso serviço ao próximo. Devemos trabalhar com entusiasmo e

Como surgiram os 7 pecados capitais?

A origem dos 7 pecados capitais remonta ao pecado original cometido por Adão e Eva no Jardim do Éden. Deus havia proibido que eles comessem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Mas o demônio, em forma de serpente, os tentou dizendo que se comessem do fruto seriam como Deus.

Adão e Eva cederam à tentação e desobedeceram a Deus. Eles quiseram ser independentes do Criador e se igualar a Ele. Esse foi o primeiro pecado da humanidade, o pecado da soberba. A partir dele, surgiram todos os outros pecados que afetam os homens até hoje.

A Bíblia está repleta de exemplos de pessoas que caíram nos 7 pecados capitais e sofreram as consequências. Por exemplo:

  • Caim matou seu irmão Abel por inveja (Gn 4:1-16).
  • O rei Davi cometeu adultério com Betsabá por luxúria (2Sm 11:1-27).
  • O rei Acabe tomou a vinha de Nabote por avareza (1Rs 21:1-29).
  • Jonas ficou irritado com Deus por ira (Jn 4:1-11).
  • Esaú vendeu seu direito de primogenitura por um prato de lentilhas por gula (Gn 25:29-34).
  • Os israelitas reclamaram no deserto por preguiça (Nm 11:4-15).

Embora a Bíblia não tenha uma lista dos 7 pecados capitais, ela fala sobre cada um deles e como devemos evitá-los. A lista dos 7 pecados capitais foi criada pela igreja católica, baseada nas cartas do apóstolo Paulo e em outros textos bíblicos. O papa Gregório Magno, no século 6, definiu os 7 pecados capitais como: gula, luxúria, avareza, ira, soberba, preguiça e inveja . Essa lista foi confirmada por São Tomás de Aquino, no século 13, na sua obra Suma Teológica.

Referência literária aos 7 pecados capitais

A obra mais famosa que trata dos 7 pecados capitais é a Divina Comédia, do poeta italiano Dante Alighieri (1265-1321). Nesse poema épico do século 14, Dante narra sua viagem pelo inferno, pelo purgatório e pelo paraíso, guiado por Virgílio e por Beatriz. Em cada uma dessas etapas, ele encontra pessoas que sofrem ou se purificam pelos seus pecados cometidos em vida.

No inferno, Dante descreve nove círculos onde os condenados são punidos de acordo com a gravidade dos seus pecados. Os últimos cinco círculos correspondem aos 7 pecados capitais: o quinto círculo é da ira, o sexto círculo é da heresia (um tipo de soberba), o sétimo círculo é da violência (contra Deus, contra si mesmo ou contra o próximo), o oitavo círculo é da fraude (que inclui a avareza, a gula, a luxúria e outros tipos de engano) e o nono círculo é da traição (um tipo de inveja). No centro do inferno está Lúcifer, que representa o pecado máximo da soberba.

No purgatório, Dante descreve sete cornijas onde os penitentes se purificam dos seus pecados capitais. Em cada cornija há um anjo que representa uma virtude oposta ao pecado correspondente. A ordem das cornijas é inversa à ordem dos círculos do inferno: a primeira cornija é da soberba, a segunda cornija é da inveja, a terceira cornija é da ira, a quarta cornija é da preguiça, a quinta cornija é da avareza, a sexta cornija é da gula e a sétima cornija é da luxúria.

No paraíso, Dante descreve nove céus onde os bem-aventurados contemplam a Deus e as suas maravilhas. Em cada céu há um grupo de santos que exemplificam uma virtude cristã. Os últimos quatro céus estão relacionados aos 7 pecados capitais: o sexto céu é de Júpiter (onde estão os justos que venceram a ira), o sétimo céu é de Saturno (onde estão os contemplativos que venceram a avareza), o oitavo céu é das estrelas fixas (onde estão os triunfantes que venceram todos os pecados) e o nono céu é do Primum Mobile (onde estão os anjos que não caíram na soberba).

A Divina Comédia é uma obra que reflete a visão medieval do universo, da moral e da religião. Dante usa os 7 pecados capitais como uma forma de criticar as pessoas e as instituições da sua época, mas também de mostrar o caminho da salvação para quem se arrepende e se converte a Deus.

Como combater os 7 pecados capitais?

A boa notícia é que Deus não nos deixou sem saída diante dos 7 pecados capitais. Ele nos oferece o seu perdão, a sua graça e a sua ajuda para vencermos esses vícios. Além disso, Ele nos dá as virtudes opostas aos pecados capitais, que são:

  • Humildade: reconhecer as próprias limitações e fraquezas, e se colocar a serviço de Deus e do próximo.
  • Generosidade: partilhar os bens materiais e espirituais com os outros, sem apego nem egoísmo.
  • Caridade: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, alegrando-se com o bem alheio e perdoando as ofensas.
  • Paciência: suportar as adversidades com serenidade, confiando em Deus e evitando a violência.
  • Castidade: viver a sexualidade conforme o plano de Deus, respeitando o próprio corpo e o do outro, e buscando a pureza de coração.
  • Temperança: moderar o uso dos bens criados, buscando o equilíbrio e a sobriedade.
  • Diligência: cumprir os deveres com zelo, responsabilidade e amor, sem preguiça nem negligência.

Para cultivar essas virtudes, precisamos da ajuda da graça divina, que nos é dada principalmente pelos sacramentos da Igreja. A confissão é o meio pelo qual nos arrependemos dos nossos pecados e recebemos o perdão de Deus. A Eucaristia é o alimento que nos fortalece na caminhada cristã.

Além disso, precisamos também da oração, que nos aproxima de Deus e nos faz conhecer a sua vontade. A meditação da Palavra de Deus nos ilumina e nos orienta. A leitura dos escritos dos santos nos inspira e nos ensina. A participação na comunidade nos apoia e nos anima.

Conclusão

Os fieis da igreja católica acreditam que os 7 pecados capitais são os principais vícios que afastam o homem de Deus e comprometem a sua salvação. Eles são frutos do pecado original e estão presentes na história da humanidade desde o início. Porém, Deus não nos abandonou à nossa sorte. Ele nos oferece o seu amor, o seu perdão e a sua ajuda para superarmos esses pecados. Ele também nos dá as virtudes opostas aos pecados capitais, que são caminhos para a santidade.

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